Poesia

crap noir_arquivado

com quantos nãos se constrói o abandono
de que substancia é feita a despedida
que imagem irresoluta é essa que carrego
dentro de mim.
procuro, me espanto, sinto o dessabor.
era tanto e era logo.
e logo contaminamos.
faltou cantar?
perdemos contorno, contato?
olhei calado a porta se fechar.
admirei o céu, a cerração.
a gente virou caso encerrado.

[crap noir é uma série de fotolivros da fotógrafa e companheira de todas as horas Giovana Pasquini, que me convidou para escrever contos a partir de suas imagens.]